Jogo e cena
Peso as palavras, para saber quantas letras tem uma angústia
E se o sonho acorda o meu sangue.
Que entranhas cobrem o meu leito, esvaziam os meus versos
E decoram as minhas feridas.
Teço as falas e entrelaço as lágrimas.
Pés de fuga caminham a minha praça, esburacam a minha direção
E transmudam o meu rumo.
Dois olhos formam forças ocultas. Cada um olha os opostos.
Enquanto o sim do marasmo toca a música que atropela.
As águas curvas dos rios alagam a minha escapada
E me perco na confusão dos caminhos.
Os sonhos secretos confundem a minha personalidade
E me deixam tonto.
Tanto lazer solitário e gozos inúteis.
Uma colcha de retalhos forma a minha bandeira
E a minha história são cláusulas perdidas
Caço solitário a minha ceia,
E meu destino obscuro
Faz de mim jogo e cena.