À Deriva
Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...
Minha pequena embarcação muito desgastada, já não abriga todos que comigo partiram
Uns não suportaram as dificuldades quase diárias, e foram levados por Anfitrite
Outros cuspiram em minha surrada face, e gestos sinceros e leais os meus olhos não mais viram...
Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...
Agora só, nesse imenso oceano de turvas e gélidas águas
Com o rumo e esperança perdidos entre os milhares de pequenos corais
E demasiadamente aflorados, os prantos depressivos alimentando as minhas mágoas...
Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...
A saudade de outrora me fulmina como lâminas mergulhadas em brasa
E nesses momentos melancólicos, deito exausto sobre o velho convés e tento adormecer
Para tentar extinguir um pouco essas dores que me destrói e arrasa...
Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...
Muitos navios passam vagarosamente, e eu com a cara abatida, aceno entusiasmado
Mas eu não existo para os demais, sou um ser invisível e deixado de lado
Apenas curvo a cabeça e fecho os olhos; e assim vou navegando por dias e noites ininterruptas...
Alexsandro Menegueli Ferreira- 01/04/2012