Bar abandonado
Bar abandonado
Longe de casa,
Fugindo para longe,
Respirando ares novos,
No nevoeiro do abandono.
Como colegas arrumo cigarros,
E um chopp meio gelado.
Corro de mim,
Dos meu anseios,
Suspirando entre medos e receios,
Num lugar desconhecido.
Arrumando casos alheios,
Enfrento meu próprio desespero.
Me apego no que ainda desconheço,
E de porto seguro uso meu desejo.
Viro fúria, viro clamor,
Sou a encarnação do desespero,
Do amor.
Sinto essa ferida,
Ela lateja, mas não sinto mais dor.
Ela me consome,
Me enobrece, me empobrece.
Uma ferida no ego,
Um golpe baixo, para um tolo quase apaixonado.
Mas de que adianta isso tudo,
Essa dor, esse amor, se no final
Eu termino no bar abandonado?