OS LENÇÓIS AINDA SÃO OS MESMOS
Falta
Falta o ar em meus pulmões
O suor me escorre pelo corpo
Minha garganta resseca
De tanto sussurrar teu nome
Nos sussurros
A expectativa de poder soltar um grito
A voz sumiu
Ficou o peito ferido
Já sem forças para reagir
O que resta são paredes escuras
Num quarto abafado
Igualmente sem luz
O que resta são lembranças
De fatos que se desenrolaram neste mesmo quarto
Os lençóis?
Os mesmos
Testemunhas silenciosas de tantas juras
De carícias tantas
Já não sou eu
É um espectro
Uma caricatura
De um homem outrora confiante e apaixonado
Agora esperando o fim.