PRA QUE POESIA?
 
 
 
 
                    Um dia eu falava da minha imensa saudade.
                    Falava da minha amada que se foi deixando-me tão só.
                    Entendia cá comigo que ela fora extremamente cruel.
                    Que fizera eu para que ela debandasse do meu viver?
                    Sabia que eu a amava. Que sem ela a vida me seria difícil.
                    Não compreendia as razões que a fizeram se afastar.
                    Indagava insistentemente: Por que essa ingratidão?
                    E nenhuma, absolutamente nenhuma resposta encontrava.
                    Nesse marasmo de pensamentos e divagações absurdas
                    O inesperado trouxe uma resposta diferente e imprevisível:
                    Não meu amor. Eu jamais te abandonei. Estou presente.
                    Estou do teu lado diuturnamente. Você é quem não me vê.
                    O que acontece é que agora já tens outro amor.
                     Se for verdadeiro ou não eu não posso dizer, pois não sei.
                    Já não precisas mais de mim Por que então me chamas?
                    Eu fui e continuo sendo apenas aquela poesia.
                    Antes precisavas muito de mim. Hoje a sua poesia é outra.
                    Agora tens um amor para amar. Para que queres poesias?
                    Faça desse amor a tua inspiração. Entregue-se a esse amor.