Solidão 2

Pelos agros caminhos da solidão

Enfrento sozinha os predadores

Da contundente discriminação

Com quem vive só em dissabores

Viver sozinha é viver plangente

Sem ninguém pelos vagões da vida

Entregue, debruçada ao desalento

Caminhos desertos e sem guarida

Sou jardim fechado, pelo pudor

Nos grilhões da castidade eu me prendi

Nos porões do meu próprio interior

Em minhas cavernas, me escondi

Nos recônditos cantos de mim

Lugar exclusivo de Deus

Sinto ainda florir meu jardim

No chão fecundo dos meus eus

Mas sinto falta de um amado

Sinto-me só, em desalento

Queria um poeta ao meu lado

Nobilitando meus sentimentos

Kainha Brito

Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 24/04/2013
Reeditado em 02/11/2014
Código do texto: T4257055
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