Solidão 2
Pelos agros caminhos da solidão
Enfrento sozinha os predadores
Da contundente discriminação
Com quem vive só em dissabores
Viver sozinha é viver plangente
Sem ninguém pelos vagões da vida
Entregue, debruçada ao desalento
Caminhos desertos e sem guarida
Sou jardim fechado, pelo pudor
Nos grilhões da castidade eu me prendi
Nos porões do meu próprio interior
Em minhas cavernas, me escondi
Nos recônditos cantos de mim
Lugar exclusivo de Deus
Sinto ainda florir meu jardim
No chão fecundo dos meus eus
Mas sinto falta de um amado
Sinto-me só, em desalento
Queria um poeta ao meu lado
Nobilitando meus sentimentos
Kainha Brito