Meretriz caída
A figura afoita
Caminha manca,
Em meio a solidão!
Olha besta com chifres
Raivosa, com a cara manchada,
Á escoria, desiludida, pavão!
Toca com seu saltitar
O som da ruína,
Melodia da sociedade corrompida.
Cega pelo vil metal
Por desejos além do pão!
Suga toda a esperança
Vinda das veias rasgadas
Da vida, que ao lado da indiferença,
Pergunta! insistentemente?
Quem em meio a cobiça
Não merce morrer?
Se não se valoriza a vida!
Filho da ferida
Que nunca cicatriza,
Meretriz caída
Amor, desilusão.