Sem Amor
Somos transeuntes neste Mundo,
E é assim mesmo que eu me sinto:
Eu não faço parte dele.
Desde pequeno
Nós competimos em tudo:
Pela bola,
Pela garota
E pela cerveja!
E desde pequeno
Eu sempre perdi:
A bola,
A garota
E a cerveja!
Sempre ouvindo sermão
Com a sutileza Bárbara
Do meu pai:
Quando você vai arrumar uma namorada?
Fui obrigado muitas e muitas
Vezes a me entregar
Ao amor pago
Das prostitutas,
Ao whisky barato dos termas
E às noites mal-dormidas...
Sem companhia de um amor de verdade...
Se companhia de um amigo de verdade...
Difícil a vida para um tolo como eu!
Sentei na escadaria da minha casa
E com a cabeça baixa,
Parecendo um filósofo desanimado,
Lembrei de anos atrás
De uma garota da escola
Por quem era apaixonado.
Certo dia, tomei coragem e lhe disse:
Eu te amo!
Ela riu,
Debochou,
Perguntou se estava bêbado...
Ao lembrar-me disso,
Levantei,
Fui rumo ao Cabaré.