Abandono
Sinto a ausência do olhar que me devora
Que me oprime e me aprimora
Que me ilude e me invoca
Que de mim absorve todos os desejos.
Em sua brecha perco o sentido
E navego sem rumo para o abismo
De uma vida vagabunda e sem juízo.
E nas horas moribundas
Quão bêbado ilustrando a rua
Perco-me na malandragem mundana
Que presencia o desprezo surgir do acaso.
De um acaso tramado...
Compactuado...
Com as infiéis realidades da vida
A rejeição de um amor sentida
E um abandono cruel e malicioso.