Quarto escuro

“(...)Aqui dentro a chuva cai.

E as luzes se acendem,

Mas nenhuma ilumina

O meu coração(...)” (Novo Som)

Olho o céu por uma fresta

Chove e molha o meu sapato

Abandonado

Debaixo da janela...

Eu olho os grandes prédios

Todos iluminados

E no varal deixo molhado

Meu terno...

Vagarosamente o dia passa

E eu estou só

Já até desfiz o nó

Da minha gravata...

Deixo largados

Meus livros

Esquecidos

No armário...

E preso aos meus sussurros

E às indagações velhas

Nem uma centelha

No quarto escuro...

Em São Paulo, chove há horas

Há rachaduras no meu telhado

Aqui dentro do meu quarto

Escuro e molhado...

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Diário de um seminarista, São Paulo, março de 2009.

Wellington Varjão Poeta
Enviado por Wellington Varjão Poeta em 26/07/2011
Código do texto: T3119442
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