SOLITUDE
SOLITUDE
102.001
Quando alguém proclama ser solitário
Decerto só sente tristes cenários
Esparsos defronte olhares amaros...
Quando alguém clama por ser solitário
Decerto entende viver tempos caros
Repletos de vãos e pobres armários...
Quando alguém clama por ser solitário
Talvez lhe falte o canto de um canário
para completar os sons dum campanário...
Quando alguém conclama novos solitários
A serem de um sonho bons partidários
Talvez queira ser da voz libertário...
Quando alguém trama ser visionário
Por certo ignora os perigos não raros
de pretender engendrar, solitário...
Quando contudo dorme o solitário
Por certo fica perante um plenário
Onde não é alga única no aquário...
Se alguém reclama de ser solitário
É que vislumbra ser um refratário
A qualquer elo livre e imaginário!
Tito Vernaglia, aos vinte e três de junho de 2011,
feriado de Corpus Christi.