MADRUGADA VAZIA
O silêncio profundo da noite
Causa névoas de inquietação na minha alma.
E cada momento aflora
Sentimentos de insólita solidão!
A luz nívea e triste da lua
Projeta sombras exóticas pela rua
Onde somente os meus passos firmes
São ouvidos nas penumbras taciturnas!
Como o vai e vem do pêndulo
De um relógio prisioneiro de si mesmo,
Sigo incerto pela rua deserta
No compasso ininterrupto do tempo.
As horas avançam na madrugada vazia
Até que a alvorada enuncia
Delírios de ternuras incontidas
Na íris de um novo dia!