FEVEREIRO EM MIM
No vazio do silêncio, espero...
Abriu-se uma fissura na carne.
O coração arde!
É fevereiro, dia nublado, céu cinza.
A caneta brinca ansiosa entre os dedos.
As letras e palavras curtas dizem o que sou.
Frases completas descrevem a consciência latente,
As ardentes decisões que me ferem ao extremo.
Os parágrafos são meus fundamentos,
Minha porção harmoniosa.
Olho-me vezes a fio.
Olho o tempo passar depressa
E os minutos indo...
Vejo, no meu íntimo,
Lágrimas que depõem minha insatisfação.
Mas jamais renuncio e resigno-me diante
De tolas fraquezas, embora tão fortes.
Há esperança no abismo do meu coração.
Enxergo-a...
Ela é bela, exuberante.
Tira-me o fôlego, sacia-me.
Tão fundada é a esperança em meus pilares
Quanto à dor incrustada.
A esperança é o mar
Carregado de ondas cortantes;
Respiro-a, envolvo-a.
Estou viva.
Fevereiro passará.
(todos os direitos reservado)