Da solidão que é tanta

Da solidão que é tanta

Não é tanto o tamanho da solidão

nem os frutos perversos colhidos

dessa solidão que é tanta

mas o cálice vermelho ainda cheio

o livro marcado no mesmo lugar

a fotografia que quer falar comigo

e essa música que não toca e ouço

não é tanto o tamanho da solidão

nem os frutos perversos colhidos

dessa solidão que é tanta

mas a tarde e o entardecer

a noite silenciosa e o anoitecer

a vida que lentamente se dispersa

e segue o vento em busca de você

não é tanto o tamanho da solidão

nem os frutos perversos colhidos

dessa solidão que é tanta

mas o simples fato da existência

dessa solidão que é tanta...

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com