A Noite
A Noite
A noite transforma todos em possíveis deprimidos.
Somos românticos tristes de coração mole,
Que sentem falta da mão que nos afaga.
Nós nos sentimos sós, tristes e medonhos,
Sem ter o que fazer ou escolher no meio dessa triste insônia.
Ficamos a mercê de uma onda de ciúmes,
Que nos mostra como somos cretinos, curiosos, e achamos o que não gostamos no meio do nosso amor.
Ficamos sozinhos no meio de um mar revoltoso,
Sentindo na boca um sabor nada saboroso.
Um sabor amargo, que fica no fundo da língua que nos beija,
Que não nos satisfaz mais,
Que não inspira mais,
Que não nos ama mais,
Que não nos quer deixar em paz.
Ficamos sozinhos no meio da multidão,
Enquanto nos olham, como se fossemos criaturas diferentes,
Como se fossemos...
Mortos.
Mortos sem cobertura, sem vida nem emoção,
Infiéis demonstrações de amor,
Feitas em mentiras que se olham através dos olhos apaixonados de um amante perverso que te quer só pra ti, junto com mais outro, e outro e outro...
Enquanto o amor escolhe andar, em busca de novos horizontes.
E nós românticos assumidos, perdidos nos cantos de solidão,
Acreditamos que é tudo conto de fadas, que tudo são mil maravilhas...
Que tudo... É amor.