A solidão a pegou de repente

A solidão a pegou de repente,

Surpreendeu por sempre ter amigos,

Mas do nada, ela se viu só.

Faltava-lhe um pedaço,

Não de amizade, mas do vazio de seu coração,

Estava só de seus sentimentos,

Estava só com seus lamentos.

Faltava-lhe o frio na barriga,

O famoso arrepio na espinha,

Ou o puro e simples medo de tentar.

Beijava outras bocas, em vão,

Pois todas pareciam vazias,

Tocava outros corpos, em vão,

Pois nenhum a preenchia,

E assim ela vivia.

Com algo na cabeça,

Com outro alguém por quem,

Seus pulmões enchiam,

Assim do nada, aos poucos ela sofria.

Embora soubesse o que deveria fazer,

Seu medo a impedia de viver,

Pobre ser, escolheu aos poucos morrer.