Ossos passados.

Ossos, remorsos.

O passado é passado. Já passou.

Seu nome pede isso. Seu nome pede assim...

Quimera insólita, feita de ossos.

O mundo é lindo! Quão belo ele é.

Sempre será.

Mas o passado. Este nada se tem a declarar,

Dizer ou proclamar. O passado...

Passou. E passado ele é.

Não pode voltar.

Um rio, nunca é mesmo,

Por mais barragens que se construam,

Por mais espécies que se tente colocar nele.

Por mais vida, que lhe seja doada.

Somos todos amarelos,

Um bando de safados. Somos todo passado.

Todos passamos do tempo.

Não temos mais tempo. E não precisamos de mais tempo.

Tempo passado, não volta.

Tempo presente, não voltará.

Tempo futuro, um dia não voltará...

No fim da vida,

Vemos que o passado,

É a única deidade a presenciar nosso enterro,

Fúnebre momento de nossa vã existência.

Nenhum amigo,

Que juraram estar conosco até o fim.

Nenhum amor,

Daqueles eternos, depois da vida...

Nenhum amante,

Porque eles na verdade, não existiram.

Nenhum professor,

Eles já nos deram suas lições.

Nenhum familiar,

Todos estarão ocupados com seus prostíbulos, sujos.

Ninguém,

Exceto o passado.

Este filho infame, de pais tão presentes,

De atitudes tão futuras...

Somente ele. E mais ninguém.

"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"

Le Vay
Enviado por Le Vay em 16/05/2010
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T2260329
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