O DESPERTAR DA SOLIDÃO.
(Às mulheres mal amadas)
Acordo;
Infelizmente, acordo não me recordo;
Da hora em que adormeci,
De quantos cigarros fumei,
Nem de quantas batidas do relógio, ouvi.
Acordo;
E vejo teu lugar na cama bem composto
E uma lágrima solitária desliza em meu rosto;
Sou acometida por um imenso desgosto
E por uma embaraçosa vergonha,
Ao ver manchas em minha fronha,
Maltratada pelo meu corpo contorcido, esquecido...
Acordo;
E lembro de quando às vezes chegas de madrugada
E encontra-me em inquietação mergulhada;
Me dá um beijo mecânico;
Aí, entro em pânico,
Ao sentir tuas costas roçarem meus seios,
Sou torturada pelos desejos anseios
E tu dormes...
Acordo,
Para mais um dia de solidão;
Para tentar persuadir-me em vão,
De que tu ainda me amarás;
Antes que eu exploda de amor;
Que não suporte mais esta dor
E não mais acorde.