MADRUGADA.

...E você aí, calada, fria!

Como se fora uma crisálida;

Passando por uma metamorfose,

Há cada momento se transformando.

...E você aí, tranquila, inerte!

Testemunhando os absurdos da vida;

Contemplando os sonhos de amor Da menina romântica

E lamentando o pesadelo do moço de má vontade.

...E você aí, suave, serena!

Acariciando os corpos adormecidos dos amantes

E despertando os pássaros,

as galinhas,

O operário cedeiro...

...E você aí, calma, silenciosa!

Um elo entre a noite e o dia;

Eu, seu eterno observador;

Pois saiba que morro todos os dias com você.