Solitário veleiro

Você me largou no mar da vida,
a deriva
E eu perdida em alto mar
sem ajuda encontrar
fui sendo levada pelas ondas
ao sabor das ressacas em noites amargas.

Até que atraquei em outro porto
desconhecido porto...
E a bom gosto abri minhas velas ao vento,
Alcei...
Rumei rumo a outros mares,
desconhecidos mares...

Hoje sou esse veleiro
que navega o dia inteiro,
sem destino certo,
sem pressa de chegar,
sem bússola, sem rumo
e sem Norte
ao sabor da sorte,
a luz de um luar.

Hoje sou apenas esse veleiro,
solitário veleiro
que em seu desvelo
espera outro dia chegar
para novamente rumar e rumar
sem nunca mais parar.

Obrigada, Oklima, pela belíssima interação


VELHO BARCO


Lá vem meu velho barco à luz da aurora,
sem norteio nenhum, sem timoneiro,
sem que vele das velas marinheiros,
lá vem meu velho barco mar afora.

Meu velho barco a vau, vai indo embora
sem bússola, sem mapas, sem roteiro,
sem destino nenhum, sem paradeiro,
das rotas de chegar jogado fora.

Desgastado por tanta vida gasta,
meu barco envelheceu o quanto basta
para vagar sem rumo e sem vontades.

Safando-se do vento, que o vergasta,
meu velho barco devagar se afasta
ao sopro das lembranças e saudades.
Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 28/10/2009
Reeditado em 30/11/2009
Código do texto: T1892088
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