SOLIDÃO
A alma vagueia
no deserto da desilusão,
o paladar torna-se avesso aos sabores,
uma cruel nevasca turva a visão,
assédio atroz
na maldita espera,
nas trevas
dilacera o coração.
Na calamidade do desespero
o ser definha.
Na incerteza
o tato perde o sentido,
o olfato recusa qualquer cheiro.
Aos poucos afugenta o juízo,
avança na trilha do desterro,
sucumbe no lago da desolação,
envereda o caminho desconhecido,
até se acompanhar
com a suprema solidão,
e o retorno será dolorido.