Não vou fingir
Já dizia o grande " Pessoa".
Que o poeta é um fingidor.
Camuflando os seus sentimentos.
Os sentimentos, de que é possuidor.
Concordo com o seu conceito.
Mas, agora não vou camuflar.
Nestes versos deixarei expresso.
As cruzes do meu penar.
O que mais me deixa entregue.
E, perdida na solidão.
É as armadilhas que arma.
Este meu pobre coração.
Ele me pega de jeito.
Me deixa muito indefesa.
Sem rumo, sem direção.
Uma frágil e fácil presa.
Amar é bom, é uma benção.
Mas, sempre nos trás um sofrer.
Por amor eu vivo a sonhar.
Por amor estou a escrever.
Mas, dependendo da condição.
Em que me deixa o amor.
Ás vezes foge-me a inspiração.
Fico submersa em minha dor.
E assim eu vou vivendo.
Vítima de uma grande dor.
Que me deixa entregue.
As garras de um imenso amor.