Balada Nômade
"E a estrada se torna a única coisa a qual sou fiel"
Eu tenho algumas moedas de dinheiro qualquer
Eu tenho alguma melancolia de amor sequer...
Eu tenho uma falta que nem Freud explica
Eu tenho uma lástima qual minha vida complica.
Viajo por sete mares e mil terras
Com olhos azuis bem abertos,
Cabelos muito negros e ruivos
Me cobrem ternamente como manto
Eu busco tudo aquilo qual me encanto...
Pela noite trago o vinho e brindo a fumaça,
Bailo com meus delírios e imagino mil virgens líriais
- Quais possuem o mesmo rosto, o rosto dela...
E pelo som da flauta que encanta
Os tais encantos e ratos sujos...
Uma cinza braseira me aperta,
O som ressoa em semi-tons.
Logo embriagado em imagens, eu durmo,
E pela noite a tenho em meus braços
Acordando gelado na aurora já morta
De novo e eternamente em solidão.