Notas Mortas
Lendo Goethe, “Viagem á Itália”
Nada pode se aproximar da beleza
Do canto do solitário
Das notas mortas entoadas à imensidão
Da melancolia que orna o silêncio
Pois esse canto só quem pode entender
É outro solitário a procurar abrigo na escuridão de sons
No esvoaçar da noite feita de breu e luar
E mais ao longe, no farol
Ouço cantar o solitário
Fazendo sua voz banhar o mar
Cortar o vento e desafiar as ondas
Aqui, do outro lado do cais
Escuto a melodia que banha a noite
Sonho com as notas mortas da minha solidão
A responderem ao chamado que parou subitamente de ecoar...