A grande solidão...

Oi...

Sinto falta de você

E isso deveria ser estranho

Por que nunca estive com você

Por mais que alguns minutos

No entanto

Sua falta é um abismo em minha alma

No quais todos os dias eu me jogo

Achando que vou te encontrar lá embaixo

Porque eu já percorri todos os caminhos

A querer muito de encontrar de qualquer jeito

Já andei mundo

Mas os caminhos sempre me levam

Ao nadar

Ao frio

Ao vazio

A imensa solidão

Mais imensa ainda sem você

Sempre quando acordo de minhas buscas

Frustradas buscas

Estou diante do abismo

E me jogo no seu interior

Por que é o único lugar que ainda não escrutinei

Jogo-me no abismo

E sinto meu corpo caindo

Como se o tempo passe lentamente

E vou vendo as paredes

Suas irregularidades

Enquanto a luz vai desaparecendo

Enquanto a velocidade vai aumentando

Enquanto o frio vai aumentando

Todos os dias

Jogo-me nesse abismo

O fim de todas as minhas caminhadas

Jogo-me no seu interior de fundo escuro e desconhecido

Na esperança triste de encontrar você

Um abismo largo e infinito

Onde aves mitológicas sobrevoam noturnamente

E este abismo que encontro

Está no interior do interior do meu coração

Cortando minha alma

A dizer-me o quanto é salobra a vida sem ti

O quanto em mim

Sem ti

Resume-se ela que se espalha no universo inteiro

Em cada coração humano

No passado e no presente, e no futuro

Nas noites e nas sombras

Nos dias terríveis e nas dores profundas

No silêncio insuportável e na desesperada canção

Toda ela,

Toda, e mais, sempre mais

A aumentar no meu coração

A companheira do teu vago

A que está sempre comigo

A não me permitir que te esqueça

A grande solidão...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 30/05/2008
Reeditado em 29/11/2022
Código do texto: T1012057
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