A grande solidão...
Oi...
Sinto falta de você
E isso deveria ser estranho
Por que nunca estive com você
Por mais que alguns minutos
No entanto
Sua falta é um abismo em minha alma
No quais todos os dias eu me jogo
Achando que vou te encontrar lá embaixo
Porque eu já percorri todos os caminhos
A querer muito de encontrar de qualquer jeito
Já andei mundo
Mas os caminhos sempre me levam
Ao nadar
Ao frio
Ao vazio
A imensa solidão
Mais imensa ainda sem você
Sempre quando acordo de minhas buscas
Frustradas buscas
Estou diante do abismo
E me jogo no seu interior
Por que é o único lugar que ainda não escrutinei
Jogo-me no abismo
E sinto meu corpo caindo
Como se o tempo passe lentamente
E vou vendo as paredes
Suas irregularidades
Enquanto a luz vai desaparecendo
Enquanto a velocidade vai aumentando
Enquanto o frio vai aumentando
Todos os dias
Jogo-me nesse abismo
O fim de todas as minhas caminhadas
Jogo-me no seu interior de fundo escuro e desconhecido
Na esperança triste de encontrar você
Um abismo largo e infinito
Onde aves mitológicas sobrevoam noturnamente
E este abismo que encontro
Está no interior do interior do meu coração
Cortando minha alma
A dizer-me o quanto é salobra a vida sem ti
O quanto em mim
Sem ti
Resume-se ela que se espalha no universo inteiro
Em cada coração humano
No passado e no presente, e no futuro
Nas noites e nas sombras
Nos dias terríveis e nas dores profundas
No silêncio insuportável e na desesperada canção
Toda ela,
Toda, e mais, sempre mais
A aumentar no meu coração
A companheira do teu vago
A que está sempre comigo
A não me permitir que te esqueça
A grande solidão...