Mistério do peito

A consciência em mim a luz acende,

E diz: "Sê grato, em tudo, ó alma aflita,

Na dor, na amargura, que a ferida incita,

Que, assopre embora, nunca se suspende."

Sorrir devia a toda a humana gente,

Pois a vida, em pouco, muito me deu,

E a consciência, que me ergueu, venceu,

Acompanha o que se perde, renitente.

Eis o que pesa, em meu peito a morar,

Mistério que ninguém, nem eu, define,

E que, findo, renasce a latejar.

Sorrir devia, em trevas, ao que incline,

Mesmo que a dor, o vazio a transpassar,

Jamais do coração se peregrine.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 25/02/2025
Código do texto: T8272614
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