Nós Invisíveis
Quando se amarra alguém com força demais,
Os laços apertam, os nós viram sinais.
E nesse aperto, nesse medo voraz,
Ficamos presos, sem saber o que vem mais.
Se tentarmos soltar, a dor vai sangrar,
Pois desfazer os nós também pode machucar.
Mas se ficarmos assim, imóveis, parados,
Seremos prisioneiros de nós, amarrados.
O que vale mais: a verdade que fere,
Ou a prisão de um laço que nunca se perde?
Pois amor que sufoca, que prende demais,
Não deixa espaço pra ser algo a mais.
Às vezes, soltar é o maior ato de amor,
É deixar ir, mesmo com dor.
Pois quem ama de verdade não prende, não aperta,
Oferece um caminho, uma porta aberta.
Mas se o nó puder ser desfeito a dois,
Se pudermos recomeçar depois,
Que seja com cuidado, com calma, com luz,
Com um amor que liberta e que nos conduz.
Então, meu amor, o que vamos escolher?
Ficar presos nos nós ou nos refazer?
Pois às vezes, é preciso a coragem de sentir,
Para, finalmente, aprender a existir.
Que nossos nós se tornem laços, então,
Firmes, mas leves, cheios de perdão.
E que, se um dia precisarmos soltar,
Que seja pra nos reencontrar e voltar a amar.