Poema do Fim do Mundo
Às vezes canso
mas quem não cansa
de errar pelo mundo procurando
por rastros de uma humanidade
perdida no avançar as eras
que deu lugar às bestas feras
canibais por gosto
e nesse desgosto
de um agosto a menos
Eu canso, mesmo nas vezes em que corro
mas não morro, resisto
na certeza de que um dia
a empatia renascerá com um novo Sol
e a futilidade de estar dará lugar
ao que significa ser
e o outro olhará pelos meus olhos
e verá a si mesmo
nos dias que ainda virão
nas eras que abrigarão
apenas um ruído distante
de uma humanidade perdida.