Poema do Fim do Mundo

Às vezes canso

mas quem não cansa

de errar pelo mundo procurando

por rastros de uma humanidade

perdida no avançar as eras

que deu lugar às bestas feras

canibais por gosto

e nesse desgosto

de um agosto a menos

Eu canso, mesmo nas vezes em que corro

mas não morro, resisto

na certeza de que um dia

a empatia renascerá com um novo Sol

e a futilidade de estar dará lugar

ao que significa ser

e o outro olhará pelos meus olhos

e verá a si mesmo

nos dias que ainda virão

nas eras que abrigarão

apenas um ruído distante

de uma humanidade perdida.

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 04/09/2024
Código do texto: T8143740
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