Sobre o Tempo
Foice; o Tempo esquartejado
Ele, que sequer existe, sangra
sob o meu olhar calado
ante minha voz ausente
Ele, que é apenas ilusão
criada pela mente
que mente sem pudor
para que aqui fiquemos
esperando...esperando
o Tempo certo, que sempre mora
no amanhã, que não existe
e o homem triste, que se demora
aguarda, não mais que isso
enquanto passa o rio
vem calor, vem frio, vem nada
estrada sem destino
fechada para quem aguarda
Mas já no leito derradeiro
a Luz lhe toma sua visão
e o homem, então, enxerga
que há só vazio, no que era Tempo
e há só momento no que é espaço
e a cada passo, que tormento!
Vivi em torno de um erro crasso!
Pensa já, o morimbundo
Caiu seu mundo, antes que findasse
o seu Tempo