Pedras

Dilapidado, coleciono pedras.

Aquelas vieram da inveja,

outras da soberba,

tantas da ingratidão...

Quantas por ter estendido as mãos.

Muitas sem qualquer cor,

atiradas sem motivo,

pelo mero prazer do atirador.

As da maldade, atiradas com precisão,

foram apontadas para o coração.

As da futilidade e da vaidade,

visavam –me os olhos.

Senti mais pena dos tolos dilapidadores

que o impacto das pedras,

que sequer arranharam-me o escudo de cristal.

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 08/07/2024
Código do texto: T8102593
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