Pedras
Dilapidado, coleciono pedras.
Aquelas vieram da inveja,
outras da soberba,
tantas da ingratidão...
Quantas por ter estendido as mãos.
Muitas sem qualquer cor,
atiradas sem motivo,
pelo mero prazer do atirador.
As da maldade, atiradas com precisão,
foram apontadas para o coração.
As da futilidade e da vaidade,
visavam –me os olhos.
Senti mais pena dos tolos dilapidadores
que o impacto das pedras,
que sequer arranharam-me o escudo de cristal.