A cidade que não conheceu a literatura

Em uma antiga cidade escura

Se encontravam alienados,

Felizes na ignorância pura

Gritavam seus falsos postulados.

Aos que pensavam o contrário: “- A tortura!”

Nem nunca se diziam enviesados,

Viviam em redes sociais, streamings por assinatura,

Então fazia-se a formatura dos “neo-alfabetizados”.

Viviam de aparências, numa “ditadura”

Em que acreditavam-se libertados,

Amarrados na coleira obscura

Da superficialidade escravizados.

Despejavam ódio e suas loucuras,

Chamavam de loucos os acordados,

Diziam frases de escrituras

que nunca leram, pobres coitados…

Uma ignorância que formava a criatura

Que de intelectualidade era pintado,

Porém de intelectualidade sem “textura”,

Intelectuais sem intelecto formado.

E seus supostos líderes com postura,

Achavam-se inteligentes, requintados,

De requintes e formosuras

Alienando o povo injustiçado.

Até os líderes sofriam na pintura

Dessa cidade de abandonados,

Desconheciam a literatura

Viveram felizes para sempre os enganados.