Das Minhas Dores
Já há muito não me afligem as dores
de amores perdidos, falidos, cansados
mas fadado que é o poeta a sofrer
os faço saber que ora padeço
e me viram do avesso, quase lancinantes
as dores cortantes do mundo lá fora
e ora desaba de meus olhos
o pranto abafado dos filhos órfãos
das crianças partidas, perdidas, violadas
sob a fúria inabalável dos drones
brinquedos dos Senhores Ungidos da Guerra
que enterra sob escombros e mentiras
sua ganância e vilandade
escondendo os seus desejos secretos
sob a palavra divina, donos que são
da vontade do Senhor e da verdade da mídia
e a desídia criminosa dos que não ousam ver
o que está diante dos seus olhos
e sob os escombros/túmulos infames
que elegemos, sem pudor,, ao esquecimento