Sabedoria dos tempos

Vaguei anos luz, culturas a pós culturas,

Civilizações as mais distintas, sábios e tolos,

Buscando o valor da importância,

Tentando compreender a significância.

Foi tudo em vão, tudo uma busca inútil e tola.

Retornei ao meu espaço,

Sentei-me vagarosamente naquele banco velho e surrado

Daquela casa velha, amigável, minha velha conhecida,

Sem nada mais buscar, nada mais a procurar,

Desiludida de tudo, da vida, do mundo.

Progredir não existe? Pura ilusão

Buscava me construir:

Tola que fui!

Sentada ali, percebi:

Me acostumei a crescer, a melhorar, a ampliar,

Tinha me esquecido da Sabedoria dos tempos,

Tempo de plantas, regar, crescer.

Tempo de ser, de colher.

Ninguém me dará maior significância que eu,

Se for capaz de enxergar tudo que tenho a colher

De tudo que tenho, a vida toda, plantado e regado.

Marta Almeida: 03/11/2023