O Eu Morto

Quando faz-se poesia

o poetar serve de abrigo

mero disfarce à luz do dia

é a morte do eu antigo

nasce o poeta à revelia

condenando ao jazigo

o que antes não escrevia

a poesia é um perigo

desnudar-se a cada verso

colidir com o seu reflexo

e encarar o seu reverso

questionando, mesmo, o nexo

de escolher rumo adverso

deixa o eu morto perplexo

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 03/10/2023
Código do texto: T7900579
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