No ritmo silencioso das folhas
Quando uma folha dança
Você já sabe o ritmo em que o vento
Está a tocar sua melodia
e a música se faz ouvir no silêncio
das serenas tardes de outono
Tudo se faz nostalgia
Nas imagens que ficaram gravadas
Em algum lugar sagrado e secreto
Na vastidão do espaço-tempo
Olhares, aromas, texturas
Lugares nos quais um pedaço de tua alma
Ainda habita
E é esse um dos mistérios
Que sempre escaparão à Física
A alma, essa parte intangível do ser
Invisível e inexplicável
Que não cabe numa equação
Que sequer cabe na filosofia
Mas que se deixa levar pelo vento
No ritmo silencioso das folhas
Que bailam nas tardes serenas de outono