No tempo de Teresa
No tempo de Teresa, não havia fome
Apenas mesas fartas, e crianças fortes
No tempo de Teresa mal haviam mortes
As que tinham, o esquecimento carcome
No tempo de Teresa, dormia-se em paz
Com as janelas abertas, portão não havia
E mesmo em uma noite muito fria
Ouvia-se a seresta de algum rapaz
No tempo de Teresa havia respeito
Se contava a história da cegonha
´’Hoje em dia é essa pouca vergonha’’
‘’Se vê até criança mamando no peito.’’
No tempo de Teresa só tinha passeata
Da Tradição, Família e Propriedade
‘’E agora infesta a sociedade
A ralé do arco-iris. Sou acromata’’.
No tempo de Teresa, era linha-dura
A ditadura só aos que merecessem
E para os que disso se esquecessem
A solução final seria a tortura
No tempo de Teresa haviam mais certezas
Afinal Deus estava acima de tudo
Mas o que diz esse poema, sobretudo
É que o mundo não comporta mais Teresas
Confio na inteligência dos leitores, mas como vivemos em tempos de muitas dificuldade na comunicação, informo que este texto contém altas doses de ironia. O mundo atual não pode mais tolerar as Teresas, nem o ódio, o preconceito, a intolerância...
Aos que não entenderam, peço que releiam, sobretudo o último verso.
Um abraço!