No tempo de Teresa

No tempo de Teresa, não havia fome

Apenas mesas fartas, e crianças fortes

No tempo de Teresa mal haviam mortes

As que tinham, o esquecimento carcome

No tempo de Teresa, dormia-se em paz

Com as janelas abertas, portão não havia

E mesmo em uma noite muito fria

Ouvia-se a seresta de algum rapaz

No tempo de Teresa havia respeito

Se contava a história da cegonha

´’Hoje em dia é essa pouca vergonha’’

‘’Se vê até criança mamando no peito.’’

No tempo de Teresa só tinha passeata

Da Tradição, Família e Propriedade

‘’E agora infesta a sociedade

A ralé do arco-iris. Sou acromata’’.

No tempo de Teresa, era linha-dura

A ditadura só aos que merecessem

E para os que disso se esquecessem

A solução final seria a tortura

No tempo de Teresa haviam mais certezas

Afinal Deus estava acima de tudo

Mas o que diz esse poema, sobretudo

É que o mundo não comporta mais Teresas

Confio na inteligência dos leitores, mas como vivemos em tempos de muitas dificuldade na comunicação, informo que este texto contém altas doses de ironia. O mundo atual não pode mais tolerar as Teresas, nem o ódio, o preconceito, a intolerância...

Aos que não entenderam, peço que releiam, sobretudo o último verso.

Um abraço!

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 27/09/2023
Reeditado em 27/09/2023
Código do texto: T7895651
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