O MENDIGO
Ele encontrou abrigo embaixo da ponte
E seu confortável lar embaixo do viaduto
Catando lixo e esmolas para matar a sua fome
Como uma inocente criança, apesar de adulto.
Ele encontrou seu destino
Nas diversas esquinas da vida
Escondendo um coração partido.
E as marcas de suas feridas.
Para que se preocupar com boletos
Impostos e controle orçamentário
Podendo viver livre, com sossego
Sem o status de otário, proletário, ou empresário.
Ele encontrou o sono tranquilo
No frio da madrugada
Com o seu casaco sujo e doado
Por alguma alma abençoada
Um sorriso lindo,
com um olhar triste
Que revela que dentro daquele coração
Uma imensa saudade existe
Que não há nenhuma dor
Trauma, surto ou perigo
Que arranque ou roube
A enigmática liberdade do mendigo.