Num vulgar proceder.
Caso eu te presenteie com uma flor,
Não me tache de brega, meu amor,
Talvez eu esteja algo te declarando,
Talvez eu esteja te amando,
Talvez eu esteja te valorizando,
Muito mais do que te valorizas…
Talvez esteja te respeitando,
Talvez eu esteja te ofertando,
O caro amparo que precisas…
Quando pagas um tanto pela conta,
O que jamais foi de grande monta,
Foi apenas garantir-te a dignidade;
Para não sentires uma celebridade,
A explorar, o por ti, enamorado senhor.
A leitura a ser feita, na verdade,
É que não necessitas de caridade,
E nem perder totalmente o pudor.
Não te aches, assim, tão esperta!
A noite, de iguais a ti, está repleta,
Nos cabarés, esquinas e botequins,
São flores frígidas, trocadas por ofertas,
Onde as portas rangem, abertas,
Os teus facílimos sins…