Lampejos Leminskianos
Conseguir atingir o clímax da poesia.
Da poesia cuspida e escarrada.
Da poesia urbana.
Da poesia que a gente vive no dia-a-dia .
Da poesia da sociedade quando estamos falando com as pessoas.
E num impulso, num lampejo " Leminskiano", transformamos em arte e
em lirismo
toda rotina embriagada, entorpecida e cega de chatices que vivemos.
E fabricamos um bolo confeitado com palavras rebuscadas, essa maisena insossa que nos assola, que nos choca , nos bate, nos liquidifica e nos arrebata, peremptoriamente, em nosso dia-a-dia.
Este é o auge da poesia, o paroxismo da arte:
- Conseguir transformar em beleza tudo que é feio aos olhos incautos e pintar um novo quadro, conceder um " it ", um toque, um " quê "de beleza e airosidade, àqueles que já vieram ao mundo desprovidos de tais predicados.
Poesia é o que a gente faz no minuto seguinte, após nosso olhar se chocar com a crua e nua realidade.