[resposta]

Pode ser que um dia

Eu saiba o porquê

De fazer poesia

Enquanto isso

Sou feito criança

Negando a besteira

Enquanto um adulto a encara:

Eu brinco no balanço da vida

E, quando canso,

Uso a alma de caça-palavra

Os pés ficam sujos e descalços

Porque só sei dar impulso

Se o chão for feito de tinta

Não nasci pra ser gente morna

Que não ri, que não chora

Não borda, não pinta

Só não falo mais

Porque, você sabe,

Não é vasto o meu vocabulário

De poeta divergente

Mas a penitência é grande

Por não ler o dicionário:

Não é a gente

Que escreve a poesia,

A poesia (re)escreve a gente

Elizabeth Gomes
Enviado por Elizabeth Gomes em 22/02/2023
Código do texto: T7724995
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