[resposta]
Pode ser que um dia
Eu saiba o porquê
De fazer poesia
Enquanto isso
Sou feito criança
Negando a besteira
Enquanto um adulto a encara:
Eu brinco no balanço da vida
E, quando canso,
Uso a alma de caça-palavra
Os pés ficam sujos e descalços
Porque só sei dar impulso
Se o chão for feito de tinta
Não nasci pra ser gente morna
Que não ri, que não chora
Não borda, não pinta
Só não falo mais
Porque, você sabe,
Não é vasto o meu vocabulário
De poeta divergente
Mas a penitência é grande
Por não ler o dicionário:
Não é a gente
Que escreve a poesia,
A poesia (re)escreve a gente