DA VIDA EU QUIS POUCO
Da vida eu nunca quis muito
Um teto para não me molhar
Mas tomar banho de chuva
De vez enquando...
Da vida, eu nunca quis muito
Uma cama para acalentar meu sono
Mas dormir na grama do quintal
Nas madrugadas de outono.
Da vida, eu quis muito pouco
Um abraço carregado de ternura
O vento soprando em meu rosto
Um passeio de canoa à luz da lua
Da vida eu quis muito pouco
Eu não quis alguém para amar
Pois amar é muito, é um absurdo
É pedir para sofrer, e chorar....
Do amor, eu não quis nada
Nenhum romance
Nenhuma amante
Nenhuma amada
O pouco da vida me é suficiente
A paz que espelha na retina dos olhos
A calmaria do canto dos pássaros envolvente
A rua, a casa, o bairro, a vida da gente.