O DUELO DA PSIQUÊ E A CONSCIÊNCIA
Naquela tarde, enquanto uma Bela Companhia estavas em meu ombro a repousar,
Da minha boca saia o silêncio,
E meus olhos estavam a observar...
Nesse momento
A minha Psiquê começou comigo a dialogar:
"Diga-me o que há aí dentro?
Diga-me sem se enganar.
"Quem és tu?
Por que és tão calada?"
Em silêncio elevei os olhos e observei o céu que estava tão belo e azul,
Desci o olhar e fiquei admirando as pessoas sorrindo e dando gargalhadas.
Em persistência minha Psiquê continuou a me perguntar:
"Cadê aquela falante do celular?
Cadê aquela poetisa falante?
Em silêncio voltei a observar,
Em silêncio mantive-me naquele instante.
A água do mar indo,
A água do mar vindo,
Sem nada forçar .
"Quem é você?
O que anda a pensar?"
Novamente a Psiquê voltou-me a perguntar.
Fechei os olhos em silêncio,
O vento estava propêncio,
Senti a brisa em minha face soprar.
Abri meus olhos e uma voz em minha Consciência a resposta pode dar:
"Penso o "Quão Grande é meu Deus ",
Pois criastes os Céus, a Terra e o Mar,
Criastes também os Seres e suas Naturezas.
Que carrega em si a Beleza do que Há.
Cada um tem sua forma de caminhar,
E mesmo com tanta diferença,
Cada um revela em si a Presença,
No agir, no sorrir e até no silenciar."
A minha Psiquê continuou a me questionar:
"O que move seu falar?
És o que está falando?"
Em resposta minha Consciência pode se revelar:
"Da boca ressoa o Verbo, e o "verbo se faz carne "
Revelando o que há no coração.
E a Carne se faz Vida, porque em meu falar há Deus em Ação.
Sou o que falo,
Mas, talvez não sou como me vêem,
Porque no olhar o outro estamos vendo a nós mesmos,
Talvez por isso, possa até ser que em nós descrêem,
E nosso falar fique a esmo.
Por muitas vezes lançamos mais expectativas do que cabia no momento,
E isso lança-nos ocultar as melhores de nossas faces,
Lança-nos ao olhar do julgamento.
Sou o que Sou,
Mas não posso ser como quer me enxergar.
No escrever expresso-me com total soltura,
Mas, sintetizo as palavras no falar.
Porém,
Se olhar além...
Talvez possa me enxergar.
Se não me vês,
É porque estou aquém,
E nem mesmo os "olhos vivos" poderão me enxergar."
Gratidão pelo momento!