Sórdida Miragem
No templo vazio do meu olhar
não vinga esperança ou prece
há um brilho pálido que não aquece
da fé que se perdeu em algum lugar
Nesse templo vazio há um lugar
à toda a dor que a alma esquece
e quando dói a alma estremece
tremor que faz o templo desabar
O tempo, engenheiro perspicaz
reergue, pedra a padre, os muros
de algum modo, ele tudo refaz
criando ilusórios futuros
numa sórdida miragem de paz
mantendo a dor em becos obscuros