Sórdida Miragem

No templo vazio do meu olhar

não vinga esperança ou prece

há um brilho pálido que não aquece

da fé que se perdeu em algum lugar

Nesse templo vazio há um lugar

à toda a dor que a alma esquece

e quando dói a alma estremece

tremor que faz o templo desabar

O tempo, engenheiro perspicaz

reergue, pedra a padre, os muros

de algum modo, ele tudo refaz

criando ilusórios futuros

numa sórdida miragem de paz

mantendo a dor em becos obscuros

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 30/11/2022
Código do texto: T7661560
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