O Contemplar do Tempo
Uma luz flamejante de um fogo esvanescente
Alumia o teu caminho incerto, de passos trôpegos
Não há mais fôlego, mas reverbera a poesia
Nas horas do dia que se acaba
Nunca é tarde, dizem, pois nosso sol é eterno
E nos queima ternamente, deixando claro que o tempo
- Esse deus sem sacerdotes ou fiéis -
Sempre nos mostra, através de silêncios e vazios,
Sua verdade inóspita e árida
Sempre dilacerante aos que aguardam por respostas prontas
Por isso esses versos
Por isso esses silêncios diversos
Por isso os espaços vazios
Por onde nem a poesia anda
E onde as palavras são inúteis
Por isso o contemplar do tempo
Esse deus caído, sem religião ou templo
Que por isso nos massacra!