Soneto do Engano (do autor?)
Eu sou um rasgo temporal no espaço-tempo
Sou o instante inoportuno que se demora
Eu sou a hora em que se eterniza o sofrimento
Lamento, mas tão cedo não vou embora
Eu sou a quebra de todo milenar templo
Sou o que rompe para trazer o agora
Sou o que chora em Tuam, pelo convento
Lamento, mas o pranto me revigora
Sou o que assiste, impávido, o avanço
Infame e vil do horror quase humano
Sou o que cataloga as dores, e não canso,
Das ímpias infâmias desde Trajano
Sou do tal de deus, o maior falhanço
E a prova de que ele próprio é um engano