Poema de Luta

Apesar de adulto

Não estou pronto,

Tenho muitos assuntos

Que ainda não aprendi.

Não entendo por que minha família não gosta de mim,

Não entendo por que não queriam que eu crescesse,

Não entendo porque sou assim,

Tão diferente do que se é comum.

Esse então será meu poema de luta,

Posso não ser muito maduro,

Mas o que tenho é suficiente pra quebrar esse "muro",

Mergulhar na realidade

Sem medo da tamanha profundidade.

Sou um pacote de rimas

Traçados em grafite

Ou em tintas,

Fantasiado numa bolha

Por muitos outonos,

Cansei de ver folhas

Indo embora com o vento

E eu ficando pra trás.

Esse é o meu poema de luta,

Abrir mão de certos valores adotados

E recuar alguns passos

Não é derrota,

É direção,

Direção pra avançar numa nova rota.

Embaraçado

Em crises de caminhos bagunçados,

Cansei de ficar perdido

Sempre que vejo eu mesmo

Num espelho, refletido.

Esse é o meu poema de luta,

Como estrela cadente

Vou cair de repente

Na atmosfera do agora,

Está na hora de eu sentir orgulho de mim.

Já perdi a voz

Em tantas estrofes

Gritando em silêncio.

Percebi que o único meio

De ser escutado,

É me joga no penhasco

De dúvidas e

Abraçar as mudanças,

Mesmo que inconveniente

De certa forma, extremamente,

São sim, necessárias.

Esse é o meu poema de luta,

Vou recolher os cacos

De um coração decepcionado

E deixar cravado

No céu, todos os meus traços.

O impossível engoli com sal,

Pois afinal

Minha vida só depende de mim,

E como uma vez eu li:

"A vida é curta - continue".

Este é o meu poema de luta,

Quantas vezes fiquei remoendo

Meu passado sentado,

Quase virando um cômodo

De tão imóvel que fiquei.

Estava em choque, até que notei:

Traumas nos travam,

Mas tenha coragem ,

Porque os medos que até aqui te seguraram,

Podem virar novas engrenagens.

O que pra alguns era questão

De uma mera piada,

Vira motivação

E inspiração

Para todos os tipos de vida.

Este é o meu poema de luta,

É nestes versos que faço minha academia,

Mesmo que eu vá pra lona

Novamente me levanto,

Mesmo que fique preso nas cordas

Eu encontro novas saídas

Uma, duas, três vezes desacordado,

Mas nunca nocauteado.

Como montanhas me ergo,

Como ondas posso até me quebrar,

Mas nunca parar.

Como bambu não me entrego

Ao vento forte,

O coração aqui é resistente.

Este é o meu poema de luta,

Nenhuma dor é em vão,

Nenhuma delas é insuportável,

Sempre virão,

Porém, suportar é possível.

Aprendi que teríamos aflições,

Mas todas na medida.

Então respiro fundo,

É só inflar os pulmões

E continuar indo.

Ricardo Palermo
Enviado por Ricardo Palermo em 13/10/2022
Código do texto: T7626753
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