A INTUIÇÃO MARCANDO PASSOS

A INTUIÇÃO MARCANDO PASSOS

 

Confio no tino da minha intuição,

Porque o livramento vem do divino,

E, dando um estalo, renova a ação,

Levando meu barco para o destino.

 

Em alguns instantes da minha vida,

Busquei pela luz no final do túnel,

Prezando a regra que me convalida,

Pois meu capital são meus sonhos.

 

O labor não para enquanto se vive,

Mesmo até quando não mais agrada,

Mas quem tem respeito e não divide,

Aprende que bala não serve e mata.

 

Quem diz que armas depõem a guerra,

Não sabe que o poder é um desgosto,

Enquanto dominam os povos na Terra,

E a morte perdura como calabouço.

 

Quando Samuel fez o Colt, eu sei,

Mas ele não quis salvar criaturas,

Pois o Salvador deu a vida de rei,

Para ensinar que o amor é a cura.

 

Quem vive em seu tempo como Talião,

Não vai entender o que seja graça,

Porque só o amor serve de emoção,

E não a tortura que mata e caça.

 

Todos procuramos razão pra morrer,

Mas não entendemos o que é coragem,

E que imortal é quem faz florescer,

Se a vida somente nos pede passagem.

 

Os campos, que florescem à revelia,

Não pedem razão, nem altar de culto,

Mas querem somente a boa companhia,

Mesmo quando o dia for mais absurdo.

 

Verei tempos bons e até de catarse,

Onde meus vulcões serão os meteoros,

E a vida será tão somente uma fase,

Ou sempre o suor germinando esporos.

 

Por isso eu queria a vida de Apolo,

E ser só o Sol a brilhar no espaço,

Mas sempre serei como touro no solo,

Marcando os caminhos por onde passo.