Até o Fim dos Dias
Há tantas perguntas e tanta inquietude
Que não cabem em tua casca bruta
Há luta, e há vontade, mas e a razão?
Em que porção de tempo ela perdeu-se?
Razões há poucas, ocultadas por bandeiras
E as verdades escritas nos muros
Das cidades-fantasmas que agonizam
Precisam de cores e slogans, sangue e crença
Nenhum sol nasce do acaso
E o destino é a estrada que construímos
Com os próprios e incertos passos
Até o fim dos dias
Há tantas perguntas e tanta inquietude
Que não cabem num poema
Sem problema! Não é de respostas que se vive
Nem de silêncios e esperas
Que são a antessala da morte
É de rasgos de desatino, quebras e dissensões
Nas tantas dimensões em que se pode ser
A percorrer os descaminhos
Até o fim da estrada
Até o fim dos dias