Nações singularizadas

Em todas as curvas

Montanhas seladas

Nessa dita cuja estrada

Somos todas as cores

Todas as tradições

Todos os céus,

Se resumem em apenas um

É a mulher de vermelho

Querendo tango

É o corpo quebrando em ritmo

Ao som do oludum

Vestidos terras,

Deveras comemos sabores

São deuses, crenças e mitos

A quem tenha fé

Solicite os seus favores

Se não tivessem tantas linhas horizontais

Um ou outro seria ainda capaz

De debruçar os olhos sobre a realidade

Porém não é simples compreender

Que além das linhas criamos linhas

E as pontes quebradas ninguém reconstrói

É o homem salgando a carne do homem

Lançado à própria sorte

E morte

Ou aos próprios animais

Irracionais e pequenos

Mulambos de cada homem

Perdidos em cada ato

Inventando um segredo

Para a vida que tomem

Uma loucura

Com ancestralidade

Tirando da vida

O tom das cores

Cobrindo seu corpo

Apenas de preto

A loucura semeada

- Um louco e mais nada

Agora, não difícil de compreender

Se a loucura homicida e sangrenta

É uma loucura ovacionada

Loucos, velozes, ferozes

Uma loucura semeada

- Um louco e mais nada

Yara Duarte
Enviado por Yara Duarte em 23/03/2022
Código do texto: T7478934
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