Nações singularizadas
Em todas as curvas
Montanhas seladas
Nessa dita cuja estrada
Somos todas as cores
Todas as tradições
Todos os céus,
Se resumem em apenas um
É a mulher de vermelho
Querendo tango
É o corpo quebrando em ritmo
Ao som do oludum
Vestidos terras,
Deveras comemos sabores
São deuses, crenças e mitos
A quem tenha fé
Solicite os seus favores
Se não tivessem tantas linhas horizontais
Um ou outro seria ainda capaz
De debruçar os olhos sobre a realidade
Porém não é simples compreender
Que além das linhas criamos linhas
E as pontes quebradas ninguém reconstrói
É o homem salgando a carne do homem
Lançado à própria sorte
E morte
Ou aos próprios animais
Irracionais e pequenos
Mulambos de cada homem
Perdidos em cada ato
Inventando um segredo
Para a vida que tomem
Uma loucura
Com ancestralidade
Tirando da vida
O tom das cores
Cobrindo seu corpo
Apenas de preto
A loucura semeada
- Um louco e mais nada
Agora, não difícil de compreender
Se a loucura homicida e sangrenta
É uma loucura ovacionada
Loucos, velozes, ferozes
Uma loucura semeada
- Um louco e mais nada