O não infinito é tudo o que fica
Certo estou que, num amanhã partirei no hoje,
Alguns lembrarão de mim, fisicamente,
Outros até verterão lágrimas pelos cantos,
O tempo porém, mostrará,
Que apenas os meus atos serão expostos ao público.
Os atos ficam, o corpo se vai,
Os que choraram, sequer lembrarão o porquê,
Se pratiquei o bem, dirão foi pouco,
Se errei, multiplicarão os erros,
E proferirão o veredicto com palavras insanas.
É assim e assim será a humanidade,
Inspiram amor, transpiram ódio, verdades, mentiras, incompreensão.
O ser humano é pobre no amor, embora rico em espirito,
A alma negará ao corpo, o espirito em conflito,
Dirão: nasceu, viveu e partiu, sem entender a si mesmo.
Palavras da sábia humanidade,
O que eu aprendi e o que tu apendestes?
Cala-te homem, a ele, o tempo já o fez calar,
Somos tão somente o pó da mesma terra,
O espirito bateu azas e o não infinito é tudo o que ficou,
Ou seja tudo ou nada. Para uns tudo, para outros nada.
Rio, 26\02\2022
Feitosa dos Santos